quarta-feira, 22 de junho de 2011

China liberta artista e dissidente Ai Weiwei

China liberta artista e dissidente Ai Weiwei
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Folha de São Paulo

O artista e dissidente chinês Ai Weiwei foi libertado nesta quarta-feira sob fiança, devido a seu "bom comportamento e depois de confessar seus delitos", informou a polícia chinesa em comunicado.

Weiwei, 53, foi detido em 3 de abril, sem ordem judicial, no aeroporto de Pequim, quando tentava embarcar em Pequim num voo rumo a Hong Kong.

Andy Wong-17.nov.2010/Associated Press

Artista dissidente Ai Weiwei foi preso no início de abril; ele foi libertado após pagar fiança e prometer devolver impostos

A polícia chinesa afirmou dias depois que o artista está sendo investigado por crimes econômicos, sem mais detalhes. No comunicado desta quarta-feira, a polícia diz que uma das condições da soltura é que Weiwei se comprometeu a devolver todo o dinheiro dos impostos que sonegou.

Segundo comunicado, a libertação foi em consequência também da "doença crônica" do artista. Weiwei sofre de diabetes e hipertensão.

O caso de Weiwei é o mais notório da onda de repressão iniciada em meados de fevereiro pelo governo chinês, temeroso de que a onda de protestos no mundo árabe inspire manifestações pró-democracia no país.

Nesse período, foram detidos ou desapareceram mais de 40 escritores, artistas, ativistas e advogados ligados à defesa dos direitos humanos, segundo levantamento do blog China Geeks.

Weiwei é um artista de vanguarda e tido como o artista chinês contemporâneo mais reconhecido no mundo, com exposição em vários países.

No Brasil, a obra "Círculo de Animais" participou da Bienal de São Paulo, no ano passado. Atualmente, uma instalação sua está em exibição no Tate Modern, o mais importante espaço de arte contemporânea em Londres.

Na China, ajudou no desenho do "Ninho de Pássaro", o Estádio Olímpico de Pequim, ícone dos Jogos Olímpicos de 2008.

Nos últimos dois anos, tem adotado um tom cada vez mais crítico ao governo. Ele é um dos poucos na China que defendem publicamente Liu Xiaobo, o ativista condenado a 11 anos de prisão que ganhou o prêmio Nobel da Paz, no ano passado.

Sua prisão motivou críticas da União Europeia, EUA, Reino Unido, França e Alemanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário